18/03/06

Bagvertising

A planificação de meios é uma actividade dentro da agência, considerada por muitos como sendo estanque, limitativa a nível criativo; uma actividade de estatística e fórmulas de cálculo. Os planificadores têm, para muitas mentes menos esclarecidas, um papel secundário de intermediário na transmissão dos conteúdos para as massas.

Mas, todos sabemos que a boa publicidade - e atenção que "boa" vem dos resultados conseguidos no mercado e não nos salões nobres de hotéis de Espinho, Cannes, etc. - não depende apenas do que se diz e de como se diz, mas também de onde e quando se diz. O 'onde' e o 'quando' são papel do planificador de meios.

E, numa indústria publicitária que vai enfrentando cada vez maiores e novos desafios, com o crescimento exponencial do conhecimento e do acesso a informação por parte dos consumidores, e de novas opções de media e de branding, é necessária grande destreza por parte dos planificadores de meios para investir da melhor maneira possível o budget do cliente.

Esta evolução natural da indústria exige que os planificadores de meios atravessem para lá da tradicional focalização nos meios de comunicação e opções existentes, para adicionar novos ingredientes, dentre eles a criatividade na definição do 'onde' e do 'quando'.

Começa a acontecer a inversão do processo, sendo os conteúdos definidos com base nos veículos seleccionados e não o contrário.


n exemplos excelentes da criatividade na selecção e utilização de meios para ilustrar tudo isto. O bagvertising parece ser a nova onda.
As imagens dizem tudo sobre a originalidade, a exploração interessante de um veículo de comunicação ao dispor e relativamente barato, se tomarmos em consideração o hábito que as pessoas têm de reutilizar os sacos plásticos para os mais variados fins. É, por isso, em teoria, um medium que garante frequência de exposição positiva.
É obvio que os trabalhos acima ilustrados não representam, por sí só, o papel do planificador de meios. Mas são um caso concreto de boa interacção pessoal de media/pessoal de criação.

Seria bom que, por cá, os anunciantes e agências saíssem também um pouco fora da casca, não se limitando aos anúncios de imprensa, TV, Rádio e Outdoor, para reinventar as formas de comunicação com os seus públicos. Os clientes são difíceis, convencionais, relutantes. As agências têm que encontrar formas de argumentação, de prova. Os planificadores de meios têm de largar as máquinas de calcular e olhar o mundo à sua volta.

Um obrigado à Sofia Bandomia pelas imagens!

1 comentário:

Anónimo disse...

Hola, ja queria ter ca vindo hamais tempo mas...ok.
Obrigada pelo "obrigada", realmente colega esta questao das midias e inversao de processos eh muito interessante, a percepçao de como as coisas e processos sao mutaveis. Acho fantástico essa nova tendencia de criação e re-invenção de novas midias, mas o que temos visto em nosso torno eh que tudo vira Midia, o meio é midia, os nossos corpos sao midia, ja pensas-te? A questão das tatuagens e piercings, tudo isso carrega uma imensa fatia de comunicação, toda tatuagem tem uma significação, um sentido,uma mensagem, assim como os piercings, estes simbolos ou falam por si, ou na verdade expressam algo que seu portador quer dizer ao mundo...ja vistes? Só para estender ao mais afastado possivel conceito desta primeira ideia...Tudo pode ser midia....Estive a ter um encontro com investidores de fora que desejam montar uma maquina de vendas de redes mosquiteiras...que sao ao mesmo tempo midias....isto eh teem estampas de logos de varias empresas patrocinadoras....ate onde vamos????? dormes a ver a logos de empresas, ate sonhas com elas no minimo das hipoteses! O desepero em atingir o publico alvo ou preferencial eh de tal tamanho que nao se medem mais esforços, e as re-invençoes estão ai na nossa frente para todos vermos, poderia dar mil exemplos, mas achei que falar do corpo como midia eh um exemplo sacro.O meio, é midia...temos um outro exemplo que nao poderia deixar de falar que é a body art, fantastico ou ridiculo? pessoas presas por cabos e ganhos de aço expostas como quadros ou entao ligadas a computadores que emitem ondas, estas criam estimulos e nossos reflexos sao condicionados criando movimentos estranhos e disconexos, isto eh arte pos moderna, corpo eh midia, corpo eh arte...e agora?

Manda vir.
Sofia