16/04/10
...que venha o Quinto !!!
25/04/06
AMEP, Clemente, telefonemas e outras confissões
Um novo post, com algo de interesse (para quem interesse), com algo de novo (para quem busque a novidade), com alguma crítica (para quem aprecie o debate), não faz para mim sentido enquanto algumas questões não ficarem aqui esclarecidas.
Num comentário (bemvindo como qualquer outro) ao post "Concha de Ouro", o Sr. Francisco Clemente aconselha-me a participar nas célebres reuniões da AMEP. Diz, no dito comentário, que "estão todos convidados para aparecer nas reunioes alargadas da direcção da AMEP, onde com toda a transparência e abertura de espírito se decidem todas as questões sobre o festival. Penso que lá as vossas observações/contribuições serão melhor aproveitadas."
Pois....digo-lhe eu, Sr. Clemente, com o maior prazer participarei numa dessas reuniões. Mas, diga-me: desde quando é que essas reuniões são "alargadas"? E são "alargadas" a quem? E a quem é comunicado esse "alargamento"?
Ao receber este comentário, deduzo que o Sr. Clemente pertence à AMEP (pelo menos à parte organizativa do Festival "Concha de Ouro"). E concluo que, infelizmente, ainda há muitas interpretações erradas quanto ao meu blog, seu propósito, minhas intenções, minhas posições.
Essa conclusão é reforçada quando hoje recebo um telefonema de um dirigente da AMEP, quase que exigindo a minha presença numa reunião da AMEP, como representante da empresa que me paga o salário.
Pois.....chega de mal-entendidos. Esclareça-se:
1. Neste blog, quem se apresenta é o cidadão (devidamente identificado) Alexandre Cardoso e não a agência Publicita, FCB;
2. O cidadão Alexandre Cardoso, apesar de familiar, não é dono nem sócio da empresa Publicita, FCB, tendo sido contratado com regalias, deveres, obrigações e poderes de decisão iguais a qualquer outro funcionário da empresa com a mesma categoria;
3. Pelo ponto acima, a agência chama-se Publicita, FCB e não Cardoso FCB;
4. Não sendo dono nem sócio da empresa Publicita, FCB, não tenho qualquer poder de representatividade na AMEP. Não sou sócio da AMEP(quando se "alargarem" a profissionais particulares avisem!!);
Portanto, a única possibilidade de me apresentar numa reunião da AMEP é por deliberação dos meus patrões (recordo que business is business, família e amigos à parte). Isso nunca aconteceu.
Portanto outra vez, e quantas mais vezes forem necessárias, as opiniões apresentadas neste blog são PESSOAIS. Por favor, memorizem isso. As opiniões apresentadas neste blog relativamente à AMEP são, quanto a mim, CONSTRUTIVAS, e não destrutivas.
Até porque relí todos os meus posts sobre a AMEP e, concluo que mantenho TUDO o que disse, repetindo se necessário quer seja no blog, quer seja numa reunião "alargada".
Aconselho então aos Srs que tão irritados ficaram, a relerem os meus posts com mais calma, porque, garanto, no meu cachimbo só há boas intenções. Se acreditam ou não, pouco me interessa.
E que melhor maneira para finalizar se não com mais uma crítica:
- Quando decidirem fazer reuniões "alargadas" lembrem-se de "alargar" os convites, porque pelos vistos, a informação não chega a quem pode estar interessado!!! Como eu, quantos funcionários da Visão, DDB, Golo, Ferro&Ferro, Extra, Ogilvy, PublicitaFCB, etc., terão um contributo a dar??
(Fui destrutivo??)
30/03/06
O andar da nossa carroça
Esta que foi a primeira edição aberta a inscrições internacionais, teve a participação de 5 agências moçambicanas: DDB, Golo, Ogilvy, Publicita FCB e Visão. E a prestação não podia ser mais brilhante, com um total de 5 ouros, 11 pratas e 7 bronzes, para além de um Grande Prémio de Televisão atribuido à Golo, pelo spot “Paragem”da FDC.
A agência mais premiada foi a Golo, com um total de 10 premiações, excluindo o Grande Prémio, seguindo-se a Publicita FCB com 9 prémios e shortlist para Grande Prémio de Rádio como o spot “Sinaportaré” da Vodacom, a Ogilvy com 3 prémios e a DDB com 1 prémio.
Quanto ao Grande Prémio de Televisão, cá para mim, e sem intenção de desvalorizar o spot da FDC, parece-me que merecia ter sido o excelente “Ray Charles” produzido para a SFM. Mas, como cada critério vale o que vale no voto individual dos jurados, há que baixar a bola e deixar estar.
Aqui apresento 2 dos trabalhos premiados da Publicita FCB. Pela sequência: "Berço" e "Braille". Se alguém me puder mandar alguns das outras agências, agradeço.
É que, de facto, apesar de pessoalmente não ter estado presente durante a realização do Festival Acácia d’Ouro, não pude deixar de notar alguns erros graves na sua organização. Como é que se justifica, por exemplo, que tendo as participações nacionais sido concretizadas através da AMEP, a esta instituição não tenha sido enviada uma informação ou listagem de prémios atribuidos às agências associadas? A verdade é que a gala foi realizada no Sábado, dia 25, e na Terça-Feira teve que ser a Publicita FCB a disponibilizar essa informação à AMEP. Para além do facto de só ontem (Quarta-Feira) à noite, a Ogilvy ter tido conhecimento de que tinha ganho prémios.
Sinceramente, parece-me grave.
Depois, olhando para a dita lista de prémios, ainda foi possível constatar que o trabalho de uma agência foi premiado, mas em nome de outra agência. Fantástico!
Os nossos irmãos angolanos já têm 10 anos de festivais de publicidade e ainda cometem estes erros. Será possível nós por cá evitarmos estas situações? Eu posso candidatar-me a perder algum tempinho mandando a listagem de prémios às diferentes Associações de Agências dos diferentes países participantes, se for o caso.
Enfim...e porque sei lá se neste momento não haverá ainda alguma agência rebuscando a Internet por informação, abaixo a lista completa de prémios (das agência moçambicanas).
Grandes Prémios
- "Paragem" / FDC - Grande Prémio TV/Cinema (Golo)
- "Braille" / Intercar - Shortlist Grande Prémio Cartaz (Publicita FCB)
- "Sinaportaré" / Vodacom - Shortlist Grande Prémio Rádio (Publicita FCB)
- "Ray Charles" / SFM - Shortlist Grande Prémio TV/Cinema (Golo)
- "Bazar" / mCel - Shortlist Grande Prémio TV/Cinema (Golo)
Acácias de Ouro
- "Braille" / Intercar - Cartaz (Publicita FCB)
- "Sinaportaré" / Vodacom - Rádio (Publicita FCB)
- "Ray Charles" / SFM - TV/Cinema (Golo)
- "Paragem" / FDC - TV/Cinema (Golo)
- "Bazar" / mCel - TV/Cinema (Golo)
Acácias de Prata
- "Aqui, Ali, em todo o lado" / CVM - Imprensa (Publicita FCB)
- "Berço" / CIM - Cartaz (Publicita FCB)
- "Manequins" / Set - Cartaz (Publicita FCB)
- "Músicos" / CDM - Cartaz (Ogilvy)
- "Totoloto" / Sojogo - Cartaz (Ogilvy)
- "Ele" / PSI - Rádio (Golo)
- "Mercado" / Cadders - TV/Cinema (Golo)
- "4 Cantos" / Banco Austral - TV/Cinema (Golo)
- "Shy Girl" / mCel - TV/Cinema (Golo)
- "Vou viver assim" / FDC - TV/Cinema (Golo)
- "Papagaio" / Vodacom - TV/Cinema (Publicita FCB)
Acácias de Bronze
- "Acreditar no futuro" / BCIFomento - Imprensa (Publicita FCB)
- "Preparação" / Tecnicar - Imprensa (Publicita FCB)
- "Cliente indiano" / Vodacom - Rádio (Publicita FCB)
- "Água Vumba" - TV/Cinema (DDB)
- "Txova" - TV/Cinema (Golo)
- "Feira de Fotografia" - TV/Cinema (Golo)
- "Totoloto" / Sojogo - TV/Cinema (Ogilvy)
18/03/06
Bagvertising
Mas, todos sabemos que a boa publicidade - e atenção que "boa" vem dos resultados conseguidos no mercado e não nos salões nobres de hotéis de Espinho, Cannes, etc. - não depende apenas do que se diz e de como se diz, mas também de onde e quando se diz. O 'onde' e o 'quando' são papel do planificador de meios.
E, numa indústria publicitária que vai enfrentando cada vez maiores e novos desafios, com o crescimento exponencial do conhecimento e do acesso a informação por parte dos consumidores, e de novas opções de media e de branding, é necessária grande destreza por parte dos planificadores de meios para investir da melhor maneira possível o budget do cliente.
Esta evolução natural da indústria exige que os planificadores de meios atravessem para lá da tradicional focalização nos meios de comunicação e opções existentes, para adicionar novos ingredientes, dentre eles a criatividade na definição do 'onde' e do 'quando'.
Começa a acontecer a inversão do processo, sendo os conteúdos definidos com base nos veículos seleccionados e não o contrário.
Há n exemplos excelentes da criatividade na selecção e utilização de meios para ilustrar tudo isto. O bagvertising parece ser a nova onda.
Seria bom que, por cá, os anunciantes e agências saíssem também um pouco fora da casca, não se limitando aos anúncios de imprensa, TV, Rádio e Outdoor, para reinventar as formas de comunicação com os seus públicos. Os clientes são difíceis, convencionais, relutantes. As agências têm que encontrar formas de argumentação, de prova. Os planificadores de meios têm de largar as máquinas de calcular e olhar o mundo à sua volta.
Um obrigado à Sofia Bandomia pelas imagens!
08/03/06
Mais 5
25/02/06
Concha de Ouro
A essência do projecto do Clube de Criativos era mais atenta às reais necessidades das agências e do pessoal publicitário. O incentivo ao debate sobre os mais diversos assuntos do mercado publicitário, a realização frequente de palestras, seminários, mostras e exposições, e eventuais cursos de formação, faziam parte do projecto. Mas....à boa maneira moçambicana, o projecto ficou apenas como projecto.
Surpreendentemente, e após inúmeras propostas que nem os próprios proponentes acreditavam poder ver realizadas, a AMEP anuncia o projecto do I Festival Internacional de Publicidade de Maputo e uma série de eventos relacionados.
Há que tirar o chapéu a tamanha coragem e ambição, por avançar para um festival internacional, no qual podem participar podem concorrer agências de publicidade, produtores e outras empresas de Comunicação dos países membros da SADC. Há que felicitar o arrojo em definir prémios de Ouro, Prata e Bronze num dos países mais pobres do Mundo. Há que reconhecer o cuidado na selecção do jurí, sendo presidido por...em mais....Stalimir Vieira!!! Os outros membros do jurí são um cocktail de moçambicanos com outras nacionalidades da região, falantes de inglês e francês, no qual se incluem Johanna McDowell (RSA); Vasco Rocha (Moçambique); Ben Kapesi (Tanzania); Tiago Fonseca (Moçambique); Dan Moyane (RSA); Luis Vieira (Reunião); Miguel Rego (Moçambique); João Cardoso (Moçambique); Eunice Muptosa (Zimbabwe); Glen Lomas (RSA); Gerry Human (RSA).
A definição de categorias foi igualmente arrojada, quando comparada com outros festivais africanos (excluindo a RSA), como o International Gecko Awards da Namíbia, o "Acácia de Ouro" de Angola ou o "Flame" das Maurícias; e quando inserida no contexto da realidade do mercado publicitário nacional. Algumas das categorias são, quase que em exclusivo, direccionadas para os participantes estrangeiros, como são os casos do Cinema, do Internet Site, Internet Banner e Internet Promoção (seja lá o que isso for). As outras categorias são: Spot TV, Spot Rádio, Print, Poster, Billboard, Campanha (3 Peças) e Campanha Integrada (3 a 9 Peças). Há grandes prémios por cada categoria.
Porém, alertar para o enorme cepticismo que paira sobre a esmagadora maioria das agências moçambicanas. É que, de facto, as últimas experiências com pseudo-festivais de publicidade realizados em Moçambique não é nada positiva. Primeiro, aquela triste ideia da eleição do melhor spot de TV pelo voto popular, avançado pela TVM, com o patrocínio da mCel, com votação feita por SMS para número da mCel, e cujo vencedor foi, claro!, a mCel. Alguma fiscalização da Comissão Nacional de Jogos? Absolutamente nenhuma. Depois, aquela famosa Gala AMEP dos prémios super originais "Lâmpada de Pinho", em que para cada categoria havia 1 participante (às vezes o número até subia para 2), e em que uma das agências mais premiadas conseguiu parar a impressão do jornal Notícias às tantas da noite, fotografar os seus prémios, elaborar um anúncio, abrir uma Litografia de propósito a altas horas da noite para produzir a respectiva película e inserir o dito na edição da manhã imediatamente seguinte. Tremenda eficácia!! Grandiosa influência sobre os media. Tecnologia de ponta.
Chamo, por isso, à atenção dos organizadores para este clima de desconfiança existente no seio das agências e, mesmo, dos clientes. Chamo à atenção porque o grau de sucesso de qualquer Festival de Publicidade depende em muito da maior ou menor participação, do maior ou menor número de trabalhos inscritos. Depende também, em especial este caso, do interesse dos grandes anunciantes. Se nada for feito neste sentido, vamos mais uma vez ter um Festival de 3 ou 4 agências. Se nada for feito, não haverá dinheiro suficiente para fundir o ouro e voltamos às lâmpadas de pau.
Inscrições: 01 a 30 de Abril 2006
Dia 28 de Maio de 2006
Sessão Oficial de Abertura
Exposição de peças a concurso
Jantar para visitantes e associados
Dia 29 de Maio de 2006
Reunião Extraordinária da CPPLP
Actividade do júri
Seminário sobre Comunicação: "O Papel da Publicidade na Economia Emergente dos Países do Terceiro Mundo"
Exposição de peças a concurso.
Dia 30 de Maio de 2006
Reunião Extraordinária da CPPLP
Actividade do júri
Seminário sobre Comunicação: "O Papel da Publicidade na Economia Emergente dos Países do Terceiro Mundo"
Exposição de peças a concurso.
Dia 31 de Maio de 2006
Distribuição de Prémios
Jantar de Encerramento com Espectáculo
Local: Hotel VIP Maputo
10/02/06
O Assassinato do Cupido
- Já sabes? Assassinaram o Cupido!!! - disse, com ar de quem aguarda uma nova opinião.
Sentei-me, percebendo que os olhos de quase todos se encontravam fixados em mim, e iniciei o habitual folhear do jornal. Pensei que talvez fosse uma pequena partida para dar um mote positivo ao início do dia, tendo em conta que se esperava ser complicado.
Enfim... chegando à dita página, tudo ficou claro. A minha primeira reacção foi de repulsa, mas gradualmente, à medida que a razão se foi apoderando dos efeitos emocionais, iniciando uma análise mais crítica, fui tentando perceber o sentido, o conceito, a ideia por detrás de uma execução básica, típica de retalho.
O anúncio, que tem a assinatura da Golo, concebido para um dos dealers da mCel, tem - penso eu! - como base conceptual a ideia de que as ofertas promocionais das lojas Niza, por ocasião do Dia de São Valentim, são tão boas que farão os destinatários "cair" de emoção, atingidos pela flecha do amor. Bonito! Simpático!
Mas, é extremamente infeliz a utilização de uma imagem tão real de uma criança "morta", com uma flecha espetada as costas, como se a graciosa imagem e mitológica presença de Cupido estivesse de alguma forma relacionada com a dor. Até pode estar....se nos referirmos à dor do amor. Mas, essa, até é uma dor adocicada, se considerarmos que assinala a presença do sentimento nobre de amar alguém. O significado de Cupido, a mitologia, a sua razão de ser, a sua imagem, podem ser explorados em http://www.mundodosfilosofos.com.br/cupido.htm, para quem estiver menos esclarecido.
Em auto-crítica, ainda me passou pela cabeça várias vezes a possibilidade de estar a ser conservador. Mas, acabo sempre por voltar ao mesmo. Não faz sentido. Definitivamente, o copy não condiz com a imagem do cupido assassinado. A não ser que se trate de um anúncio dirigido àquelas sogras mais radicais: "Acabe de uma vez com o seu genro. Compre um telemóvel e ganhe um curso de tiro ao alvo". Tinha mais lógica, não?
Se a imagem fosse caricaturizada, em ilustração, talvez passasse despercebido. Contudo, mesmo assim, a flecha do Cupido não mata: dá vida!!!